Strauss-Kahn era o mais bem cotado nas pesquisas para
impedir a reeleição de Nicolas Sarkozy e foi vítima de um espetáculo fantasioso
e criminoso
O canal de televisão francês BFMTV divulgou na última semana
pela primeira vez imagens internas do hotel Sofitel, em Nova York, no dia em
que Dominique Strauss-Kahn foi acusado pela camareira Nafissatou Diallo de
abuso sexual.
O canal francês exibiu um resumo de cinco minutos das
gravações, feitas em 14 de maio e minutos depois do horário em que a camareira,
de origem guineense, afirmou ter sido violentada por Strauss-Kahn, então
diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional. Na época, ele chegou a ser
preso,permanecendo durante semanas em prisão domiciliar. No entanto, acabou
inocentado pela promotoria norte-americana, que acusou Diallo de ter mentido em
seu depoimento.
A TV francesa afirma que as imagens reforçariam a inocência
de Strauss-Kahn, na época um dos homens mais poderosos do planeta e favorito
para se tornar o candidato do Partido Socialista nas eleições presidenciais
francesas de 2012. Ele era o mais bem cotado nas pesquisas para impedir a
reeleição de Nicolas Sarkozy. DSK, como é conhecido pela imprensa francesa,
afirma ter sido vítima de um complô.
As imagens
No vídeo, Strauss-Kahn deixa o hotel sem nenhuma pressa,
após pagar sua conta, por volta das 12h27. Sorridente, cumprimenta os
funcionários e sai para pegar um táxi ao lado de um carregador de malas. Diallo
afirma ter sido agredida aproximadamente vinte e um minutos antes (12h06).
Já fora do hotel, na rua, ele deixa um táxi passar, e
tranquilamente acena para outro em seguida e entra no veículo.Todos esses fatos
teriam ocorrido em menos de três minutos.
Após sair do hotel, ele ainda teria almoçado com sua filha, que mora na
cidade. Ele só foi preso dentro do avião, quando embarcava de volta para a França.
Por sua vez, às 12h51, Diallo desce o elevador até o andar
térreo acompanhada por uma de suas supervisoras que, por sua vez, chama um
segurança, Derek Mai, que dá um telefonema. Dois minutos depois, Brian
Yearwood, engenheiro e responsável pela vídeo-segurança do hotel, sai de sua
sala. Os dois homens encontram Diallo e sua supervisora.
Naquele momento, a camareira estava sentada, aparentando
tranqüilidade. Ela não chorava. Demorou mais oito minutos para que os
seguranças começassem a escutar seu testemunho. Já mais agitada, Diallo
gesticula muito aos fazer o relato para os dois homens e mais um terceiro
segurança, localizado em uma guarita e que não aparece nas imagens.
A supervisora pede que ela conte mais detalhes de côo teria
sido a agressão e as duas reproduzem a cena, com Diallo interpretando o que
seria DSK.
Em seguida, Diallo se encontra novamente sozinha por mais
vinte minutos. Às 13h33, o terceiro agente liga para a polícia.
Um minuto depois da ligação, Yearwood e Mai se isolam em um
depósito onde estão sozinhos,e sem testemunhas. De repente, começam a pular e
se abraçar de alegria. Mai chega a ensaiar uma dança. A imprensa francesa
cogitou a celebração como se os dois estivessem comemorando o sucesso da
suposta fraude. O jornalista norte-americano Edward John Epstein já havia indicado a mesma suspeita.
Defesa
Após a divulgação das imagens, a rede hoteleira Accor, dona
do Sofitel, foi acusada de envolvimento no suposto complô por parte da imprensa
francesa. A multinacional negou a acusação veementemente.
O grupo disse que "a ideia de que esses vídeos provam o
envolvimento da Accor em um complô é um disparate" e que os seguranças
"não tinham conhecimento do status político de Dominique Strauss-Kahn
antes dessa fita" e "reafirmaram que não se lembram exatamente das
razões para essa 'atitude de comemoração'".
No vídeo, a TV francesa afirma que o grupo Accor, dono do
Sofitel, teria apurado a comemoração de um resultado esportivo, mas nenhum
partida ocorria naquele momento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário