Vice-governador de SP, que é do PSD de Kassab, disse que há
um “flerte” com os petistas
Guilherme Afif Domingos |
O vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos
(PSD), admitiu nesta terça-feira (10) que existe uma aproximação de seu partido
com o PT, já que as negociações com o PSDB para a disputa pela Prefeitura de
São Paulo, em outubro, não avançam.
Afif lembrou que as conversas com os petistas fora da
capital paulista “existem desde o tempo do DEM”, seu ex-partido. No ano passado,
ele migrou para o PSD, fundado por Kassab.
Segundo ele, mesmo com a resistência do PT paulistano, a
aproximação entre as duas legendas tem tudo para “acabar em namoro”.
- Se você me perguntar em que grau está, eu digo que é um
flerte. Ninguém pegou na mão ainda.
Defensor da aliança com o PSDB, o vice-governador reclamou
da insistência dos tucanos em impor na negociação com o PSD a cabeça da chapa
para a eleição.
- Eles querem já partir com um nome na mesa. Esse não é o
caminho.
Para Afif, o ideal seria discutir primeiro a aliança para
somente depois buscar os nomes para a candidatura. No caso de uma chapa
encabeçada pelo PSD, seu próprio nome é um dos favoritos.
- Dentro desta visão, se há tendência de imposição de nomes,
o PSD pode buscar alternativas. O PSD não está órfão. Se não tem um caminho,
tem outro. Eu luto pela manutenção da aliança que elegeu o [José] Serra, que
elegeu o Kassab - embora tenha havido rompimento, mas ela foi reatada na
eleição do [Geraldo] Alckmin. A lógica manda que mantenhamos a aliança. Se não
der certo...
Na semana passada, Kassab visitou o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde ele faz
tratamento contra o câncer de laringe. A eleição de outubro foi um dos temas da
conversa.
Para Afif, embora o PT faça oposição ferrenha à gestão de
Kassab em São Paulo, existe espaço para que ambas as siglas possam estar juntas
em outubro.
- Esse radicalismo está caindo à medida que o processo da
democracia avança. Hoje não temos mais um nível de diálogo radical.
Indagado, porém, sobre a possibilidade de o PSD apoiar o ministro
da Educação, Fernando Haddad, pré-candidato do PT à Prefeitura, Afif evitou
fazer comentários.
- Eu não me meto nisso.
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