sábado, 30 de abril de 2011

Agripino Maia nega fusão e diz que PSD é inspirado pelo PT


O senador José Agripino Maia, presidente nacional do DEM, esteve hoje à tarde em João Pessoa para participar do encontro regional do partido, no auditório da Associação dos Plantadores de Cana do Estado da Paraíba (Asplan). Em entrevista à imprensa, ele negou que seu partido esteja prestes a se fundir como o PSDB de Sérgio Guerra e tratou do assunto como "especulação".

- Que fusão? Ontem, tivemos uma reunião de três horas da executiva nacional e não se tratou disso. O que existe é especulação, principalmente da imprensa. O DEM é um partido grande e continuará assim. O PSDB do mesmo jeito. Fundir dois partidos grandes é vencer muitas etapas extremamente complicadas. A última fusão que aconteceu no Brasil foi do PL com o Prona, que eram pequenos e passaram seis meses para completar o processo. Essa estória é hipótese. Vale a pena discuti-la, mas entre ela e o fato verdadeiro, ela precisaria estar na ordem do dia e não está. Do ponto de vista pragmático, é inexequível porque ela precisaria acontecer até setembro, daqui a quatro meses, para que os integrantes do novo partido pudessem ser candidatos a prefeito ou vereador. Isso é impossível!

Outro tema abordado por Agripino Maia foi a criação do PSD pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

- O PSD é um partido que está sendo criado para acolher conveniências, mas está claramente a serviço dos interesses do Palácio do Planalto. O PSD está sendo estimulado pelo PT. O PT tem um parceiro no Governo que é o PMDB, que tem a maior bancada na Câmara e no Senado. O PT não gosta de depender de ninguém e é conveniente ter um parceiro que ameace a dimensão do PMDB. O PSD está sendo criado pela insuflação claríssima do Palácio do Planalto. Dois terços do contingente que se moveu para lá é de gente ligada a partidos do Governo e um terço é de partidos de oposição que está sendo cooptado pelas mais diversas razões. O partido tem o sopro do Palácio do Planalto para fortalecer a base de Dilma Rousseff e que para nós significa apenas uma ameaça à dimensão da oposição. Vamos resistir e manter nossa dimensão de partido grande. Não perderemos a qualidade dos nossos quadros. Os melhores vão continuar conosco.

Punição - Ainda a respeito das dissidências ocorridas no partido, Agripino Maia disse que ninguém se desfiliou oficialmente até agora, mas admitiu a aplicação de sanções aos "desertores":

- Ninguém teve a coragem até agora de pedir desfiliação. Entregaram cartas em que lamentam o afastamento do partido, mas há insegurança jurídica deles estarem correndo para um partido que não existe e corre o risco de não existir e ter o registro em tempo hábil. Na hora em que uma ata de fundação for entregue a um cartório em Brasília, quem subscrever essa ata terá o amparo para proteger seu mandato. Na medida que essa ata seja entregue subscrita por mais de 101 pessoas com mandato, elas estão protegidas por lei, mas não me venham com a interpretação de que o prazo não é a entrega no cartório, mas a convenção. Isso foge à compreensão da lei. E se a lei não der cobertura, o DEM vai cobrar todos os mandatos que eventuais trânsfugas tenham abandonado a sigla sem justificativa.

Ricardo Coutinho - O presidente nacional do DEM ainda falou sobre o início da gestão de Ricardo Coutinho (PSB) e elogiou o trabalho realizado na Paraíba pelo governador:

- Ele tem enfrentado enormes dificuldades, mas tem uma enorme vontade de acertar. Tenho conversado com Efraim Morais, que tem me dado conta do nosso aliado. Desejamos a ele todo o sucesso administrativo em nome do povo da Paraíba.

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