O governo alemão anunciou nesta segunda-feira (30/05) que
pretende encerrar a geração de energia nuclear, desativando todas as 17 usinas
atômicas do país até 2022.
Segundo o ministro alemão de Meio Ambiente, Norbert Röttgen,
oito das usinas mais antigas, que estavam desligadas em caráter provisório, não
voltarão a funcionar. Sete delas foram desativadas em março passado, logo após
o acidente nuclear em Fukushima, no Japão. As outras centrais atômicas deverão
funcionar até 2021, sendo que as três mais modernas poderão eventualmente
continuar a produzir energia até 2022, caso haja problemas de abastecimento
elétrico durante a transição.
Consenso na madrugada
O governo anunciou a decisão após uma reunião de quase 13
horas durante a madrugada de domingo para segunda, reunindo membros do
gabinete, dos partidos do governo e representantes da oposição.
O Executivo vem buscando o maior consenso possível para
fazer a transição energética do país. Depois de ter decidido pelo prolongamento
de vida útil das usinas nucleares no ano passado, a administração federal
voltou atrás em decorrência do acidente nuclear no Japão.
De modo enfático, Röttgen afirmou que esse é um processo
irreversível. “Não haverá cláusula de revisão”, disse. Está previsto apenas,
segundo ele, um processo de monitoramento do progresso na transição almejada
para fontes renováveis de energia.
Fornecimento estável é prioridade
Serão analisados critérios como custo, impacto ambiental e
segurança de abastecimento energético, segundo Röttgen. As autoridades
reportarão a cada ano os avanços obtidos. O ministro alemão ressaltou que o
fornecimento de eletricidade será assegurado. “Ficou muito claro para todos (na
reunião) que a estabilidade da rede e a segurança do fornecimento energético
têm que ser garantidas a cada hora e a cada demanda anual”, comentou.
Por esse motivo, a coalizão concordou que uma das usinas
atômicas antigas servirá até 2013 como uma espécie de reserva. De acordo com as
regras estipuladas, em caso de escassez, as usinas que usam combustível fóssil
serão ativadas primeiramente. Ainda assim, se a demanda não for atendida, a
usina nuclear de reserva será reativada.
Protestos de ambientalistas
Röttgen garantiu que não houve qualquer interferência das
empresas que atuam no ramo. “Foi um debate político. Não houve um debate com
representantes do setor econômico ou empresas fornecedoras de energia.”
Enquanto os políticos discutiam, ativistas protestavam no
Portão de Brandemburgo. Ambientalistas do Greenpeace pediam o abandono da
geração nuclear já em 2015. No sábado, milhares de manifestantes saíram às ruas
de 20 cidades na Alemanha pedindo o fim da energia atômica no país.
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