Líder na Câmara, porém, avisou que “é arriscado empreender
uma derrota ao governo”
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza
(PT-SP), admitiu nesta quinta-feira (19) que o governo trabalha com a
possibilidade de ser derrotado em um ponto do novo Código Florestal. O PT
travou uma queda de braço com a própria base em relação ao desmatamento nas áreas
de preservação permanente.
Em uma reunião na tarde de ontem, sem a participação do PT,
líderes da base governista costuraram acordo para levar ao plenário na próxima
terça-feira (24) a emenda 164. A proposta, de autoria do PR e do PMDB,
consolida todas as atividades agrícolas, pastoris e de turismo em áreas de
preservação permanente chamadas APPs (como topos de morros, margem de rios e
encostas).
A emenda contraria o governo, que pretende definir as
atividades nessas áreas por meio de decreto presidencial. Diante da pressão dos
partidos de base, no entanto, o líder Vaccarezza já conta com uma possível
derrota governista.
- Nós estamos preparados para, nesse ponto, não ganharmos
porque entendemos que essa é uma vontade da base. Mas é uma vontade que não
está em consonância com o pensamento do governo e acredito que não está em
consonância com o pensamento do país.
Vaccarezza vai tentar convencer os líderes e reverter a
situação até o dia marcado para a votação, próxima terça-feira. O petista, no
entanto, manda um recado: “é muito arriscado empreender uma derrota ao
governo”.
Não por acaso Vaccarezza lembrou da votação da partilha dos
royalties do pré-sal, quando a base não apoio a proposta do governo, mas teve
que amargar com o veto do presidente Lula à emenda que dividia igualmente os
recursos do petróleo.
- É melhor seguir o governo do que derrotar o governo.
[...]Eu não posso adiantar a posição da presidenta Dilma. Eu só estou dizendo
que nós vamos ter uma decisão aqui que poderá levar a uma posição do Executivo
diferente da posição daqui e acabar prejudicando os representados dos segmentos
mais vinculados a agricultura.
O líder declarou ainda que o relator do Código Florestal,
deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), não apresentará novo texto. As alterações do
relatório de Aldo serão feitas daqui para frente por meio de emendas do
plenário.
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