A secretária Denise Colin atua na questão do trabalho
infantil
O Brasil quer retirar do trabalho infantil 1,2 milhão de
crianças até 2014, por meio da ampliação do Programa de Erradicação do Trabalho
Infantil (Peti), informou a secretária nacional de Assistência Social do
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Denise Colin, em
entrevista neste domingo. Essa ampliação está dentro do Programa Brasil sem
Miséria, lançado este mês pela presidenta Dilma Rousseff.
Denise Colin disse que hoje o programa atende mais de 800
mil crianças em todo o país. Elas foram encontradas em situação de trabalho no
campo, de trabalho doméstico, exploração sexual, entre outros. Segundo a
secretária, quando é feita a identificação de trabalho infantil, as crianças
são inseridas no Programa Bolsa Família e é anotada na inscrição do programa a
situação de trabalho infantil.
– As famílias recebem o benefício do Programa Bolsa família.
Essa criança tem a oportunidade de ser atendida em serviços que possam
retirá-la da situação de exploração no trabalho – disse.
A secretária acrescentou que “os pais são encaminhados a
vários serviços, como de qualificação profissional, de documentação, de
intermediação de mão de obra. Isso é feito pela política do trabalho e os
técnicos orientam essas pessoas, mantêm contato com a equipe do Ministério do
Trabalho e fazem toda essa mediação para encaminhamento”.
A secretaria disse ainda desde que o Peti foi integrado ao
Bolsa Família, em 2006, houve maior garantia da transferência de renda, o que
ajuda a família a manter as crianças longe do trabalho.
– Foi um grande avanço a integração do Peti com o Programa
Bolsa Família porque possibilitou a garantia da transferência de renda para a
família, o que passou a não justificar o uso das crianças nessas situações –
afirmou.
No Piauí, um dos Estados onde há o maior número de crianças
e adolescentes em situação de trabalho infantil, a coordenadora da Gerência de Enfrentamento ao
Trabalho Infantil, Rosângela Lucena, informou à Agência Brasil que mais de 34
mil que estavam em situação de trabalho infantil são atendidas hoje pelos
núcleos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do Sistema Único
de Assistência Social (Suas). Esses núcleos recebem recursos do Peti.
De acordo com Rosângela, a maioria dessas crianças estava
trabalhando com os pais na agricultura familiar. Hoje, o estado está
priorizando a questão do trabalho infantil escravo, que registra alto índice no
Piauí.
– Queremos fazer um estudo sobre o trabalho infantil escravo
no Estado e, para isso, estamos contratando faculdades para nos ajudar. Há 34
mil menores atendidos que estavam em situação de trabalho infantil, tanto que o
Piauí está na lista dos estados brasileiros com os mais altos índices de
crianças nesse tipo de atividade – informou.
A intenção é que o diagnóstico sobre o trabalho infantil
esteja concluído no próximo ano.
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