A Câmara dos Representantes (deputados federais) dos Estados
Unidos aprovou, no início da noite de hoje (29), um plano republicano para
aumentar o teto da dívida pública do país e promover cortes orçamentários.
O plano, proposto pelo presidente da Casa, o republicano
John Boehner, foi aprovado por 218 votos a 210, após enfrentar, na véspera,
resistência por parte da ala mais conservadora dos próprios republicanos, que
são maioria na Câmara.
No entanto, a aprovação de hoje não significa o fim do
impasse relacionado ao teto do endividamento americano. O projeto agora vai
para o Senado, onde a maioria democrata já sinalizou intenção de rejeitar a
proposta dos opositores.
Republicanos e democratas discordam quanto à extensão do
teto da dívida e ao escopo dos cortes orçamentários – os opositores querem
cortes em programas sociais defendidos pelos democratas, que, por sua vez,
querem aumentos de impostos rejeitados pelos republicanos.
Caso o impasse não seja resolvido até 2 de agosto, os EUA
não terão como cumprir com todas as suas obrigações financeiras, o que pode
forçar uma moratória com prováveis impactos na economia mundial.
O plano aprovado prevê a elevação do teto da dívida dos EUA
– atualmente em US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) – em US$ 900
bilhões, o que deve permitir o pagamento de dívidas por mais alguns meses, além
de cortes orçamentários estimados em US$ 917 bilhões e mudanças constitucionais
para tentar equilibrar o Orçamento.
As emendas constitucionais muito provavelmente serão
rejeitadas pelo Senado, que defende um aumento no limite da dívida maior - US$
2,5 trilhões – e de longo prazo, além de cortes orçamentários de US$ 2,2
trilhões.
Pouco antes da votação, Boehner disse ao Congresso que os
republicanos haviam tentado “seu melhor” para tentar obter um consenso. “Me
arrisquei muito para tentar obter um acordo com o presidente [Barack Obama]”,
declarou Boehner, em referência às negociações fracassadas com a Casa Branca.
Por outro lado, o presidente dos EUA, crítico do projeto de
Boehner, havia pedido horas antes que a população pressionasse seus
congressistas para dar fim ao impasse, reiterando que qualquer acordo terá de
ser bipartidário.
Em discurso, Obama disse que se os EUA perderem sua nota de
crédito AAA – a mais alta fornecida pelas agências de classificação de risco e
que indica pouco risco de calote – não será porque o país não é capaz de pagar
suas dívidas. “Será porque não tivemos um sistema político AAA que fizesse
frente a nossa nota de crédito AAA”, declarou.
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