As presidentas Dilma Rousseff e Cristina Kirchner
demonstraram hoje (29) preocupação com a economia global. Em declaração à
imprensa após encontro entre as presidentas, Dilma defendeu que os países da
América do Sul coordenem respostas conjuntas à situação de crise da economia global
nas reuniões de ministros da Fazenda e presidentes de Bancos Centrais da
região, previstas para agosto.
“Discutimos os grandes problemas de economia global. Devemos
definir ações conjuntas e concretas para defender nossos países da excessiva
liquidez, que valoriza artificialmente nossas moedas, e da avalanche de
produtos manufaturados que, não encontrando mercado nos países desenvolvidos,
atingem o emprego e a indústria nas nossas regiões”, disse Dilma
As duas afirmaram que o assunto será discutido em reunião
entre ministros da Fazenda, no dia 4 de agosto, em Lima, e de presidentes de
Bancos Centrais em Buenos
Aires , no dia 11 de agosto. “Temos que nos adiantar porque os
tempos do mercado não são muitas vezes os tempos da política”, disse Cristina Kirchner.
A presidenta argentina afirmou que a reunião da União da
Nações Sul-Americanas (Unasul), realizada ontem (28) em Lima, foi importante
porque, pela primeira vez, houve um visão comum quanto aos problemas econômicos
globais e seus impactos na região. De acordo com Cristina Kirchner, a reunião
na capital peruana serviu para que os países membros da Unasul tivessem uma
visão comum dos atuais problemas globais e de seus impactos na região em
matéria de renda e de capital especulativo.
Embora o Brasil e a Argentina enfrentem problemas com a
imposição de barreiras comerciais, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que a
parceria entre os dois países tem “bases muito sólidas, inclusive econômicas”,
e que as relações do Brasil com o país vizinho atingem uma amplitude que não
ocorre com nenhum outro.
Dilma disse que é importante os dois países integrarem cada
vez mais os processos produtivos e minimizou problemas que surgem na relação
comercial. “Com uma integração dessa magnitude, é impossível retroceder. Diante
dela, os problemas que surgem aqui e ali, e que estamos resolvendo, são de
pouca monta. Nosso futuro comum passa por mais comércio, mais investimentos e
maior aproximação de nossos empresários.”
Cristina Kirchner destacou que os governos argentino e
brasileiro irão trabalhar para a articulação do setor privado dos dois países e
que o crescimento da Argentina não deve ser visto como uma ameaça pelos
empresários brasileiros. "Não pode haver incompatibilidade entre o nosso
empresariado porque estamos em condições de vencer".
Essa é a primeira visita de Cristina Kirchner ao Brasil no
governo da presidenta Dilma Rousseff. A Argentina foi o destino escolhido por
Dilma para sua primeira viagem internacional como presidenta. Ela foi à
Argentina em janeiro.
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