quinta-feira, 28 de julho de 2011

Realização de prévias divide grupos dentro do PT


Lula quer evitar votação e dirigentes petistas avaliam que disputa interna seria "desastre"

   Defendida pela comissão que prepara a reforma do estatuto do PT, a ideia de restringir as prévias para a escolha dos concorrentes a prefeito, governador e presidente divide o partido. Dirigentes petistas acreditam que é preciso conter as disputas internas e "monitorar" o confronto onde o PT é governo, mas pré-candidatos às eleições municipais de 2012 temem ver o direito cerceado.

Para o secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, está "absolutamente certo" ao dizer que "seria um desastre" o PT promover uma prévia em São Paulo, com voto dos filiados, para definir o candidato à sucessão do prefeito Gilberto Kassab.

- O PT não pode ser o PSDB, que só decide o candidato em reunião de caciques tomando vinho, mas também não pode continuar como hoje, em que qualquer um vai lá disputar e as pessoas ficam se matando. [...] Hoje em dia, prévia virou uma competição de egos, mas as vaidades devem ser postas de lado porque os prejuízos podem ser grandes para nós, que governamos o Brasil.

Carvalho disse concordar com propostas da comissão que debate a reforma do estatuto do PT, aumentando as exigências para a realização de prévias.

- Sou favorável. No caso de São Paulo, acho que o PT deve ter maturidade para chegar a um entendimento.


Na capital paulista são pré-candidatos o ministro Fernando Haddad (Educação), os senadores Marta Suplicy e Eduardo Suplicy e os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini.
Coordenada pelo deputado Ricardo Berzoini (SP), a comissão do PT preparou um anteprojeto de reforma do estatuto que passará pelo crivo do 4º Congresso do partido, de 2 a 4 de setembro, em Brasília. O texto é preliminar e pode receber emendas, mas já indica o caminho defendido pela cúpula petista, com apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Diz o anteprojeto a ser votado pelo 4º Congresso do PT que o diretório da sigla poderá decidir não realizar prévias, desde que tenha o aval de dois terços de seus integrantes. Nesse caso, a escolha do candidato ocorrerá em encontro de delegados. Não é só isso: para se habilitar à disputa, o pré-candidato deverá conseguir o apoio de 30% dos delegados ou 20% dos filiados, o dobro do exigido atualmente.

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