Lula quer evitar votação e dirigentes petistas avaliam que
disputa interna seria "desastre"
Para o secretário de Comunicação do PT, deputado André
Vargas, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, está
"absolutamente certo" ao dizer que "seria um desastre" o PT
promover uma prévia em São
Paulo , com voto dos filiados, para definir o candidato à
sucessão do prefeito Gilberto Kassab.
- O PT não pode ser o PSDB, que só decide o candidato em
reunião de caciques tomando vinho, mas também não pode continuar como hoje, em
que qualquer um vai lá disputar e as pessoas ficam se matando. [...] Hoje em dia,
prévia virou uma competição de egos, mas as vaidades devem ser postas de lado
porque os prejuízos podem ser grandes para nós, que governamos o Brasil.
Carvalho disse concordar com propostas da comissão que
debate a reforma do estatuto do PT, aumentando as exigências para a realização
de prévias.
- Sou favorável. No caso de São Paulo, acho que o PT deve
ter maturidade para chegar a um entendimento.
Na capital paulista são pré-candidatos o ministro Fernando
Haddad (Educação), os senadores Marta Suplicy e Eduardo Suplicy e os deputados
Jilmar Tatto e Carlos Zarattini.
Coordenada pelo deputado Ricardo Berzoini (SP), a comissão
do PT preparou um anteprojeto de reforma do estatuto que passará pelo crivo do
4º Congresso do partido, de 2 a
4 de setembro, em
Brasília. O texto é preliminar e pode receber emendas, mas já
indica o caminho defendido pela cúpula petista, com apoio do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Diz o anteprojeto a ser votado pelo 4º Congresso do PT que o
diretório da sigla poderá decidir não realizar prévias, desde que tenha o aval
de dois terços de seus integrantes. Nesse caso, a escolha do candidato ocorrerá
em encontro de delegados. Não é só isso: para se habilitar à disputa, o
pré-candidato deverá conseguir o apoio de 30% dos delegados ou 20% dos
filiados, o dobro do exigido atualmente.
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