segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Senado vai aprovar novo Código Florestal até outubro, diz Katia Abreu


A senadora negou que o texto vá anistiar os produtores rurais que desmataram


O projeto de lei que institui o novo Código Florestal deve ser votado e aprovado no Senado até o fim de outubro, disse nesta segunda-feira (15) a senadora ruralista Katia Abreu (TO, sem partido). O texto aprovado na Câmara não possui qualquer ponto que impeça uma tramitação mais ágil, segundo a parlamentar.

- Penso que no próximo dia 24 o Código deverá ser votado na Comissão de Constituição e Justiça. Até o fim de outubro deveremos enviá-lo para a Câmara dos Deputados. Acredito que será aprovado por grande maioria [no Senado] e que a votação da Câmara deverá se repetir.

A declaração foi feita após participar do Ciclo de Debates sobre o Código Florestal, na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). A senadora enfatizou que não há predisposição do Senado em votar contra o governo.

- O Senado tem pessoas experientes, ex-governadores, ex-presidentes, ex-ministros, e tem todo o direito de debater e querer entender as matérias, fazer alguma alteração. O que precisa ficar claro é que não existe predisposição dos senadores em derrotar o governo. Para nós, não é interessante que isso aconteça. Queremos sair do Senado com uma grande maioria de votos, num grande consenso em que o governo também possa ser partícipe.

Katia Abreu disse não acreditar que a presidente Dilma Rousseff vai vetar o projeto, se ele for aprovado nas mesmas condições votadas na Câmara.

- Tenho certeza de que ela terá maturidade. Teremos a maturidade de aprovar uma legislação que seja boa para o Brasil. Vamos trabalhar pelo consenso.

A senadora negou que o Código Florestal tenha anistiado os produtores rurais que desmataram áreas de preservação.

- Não há anistia no projeto. Anistia é algo que não tem condicionantes, perdoar uma multa sem ter que fazer nada, não é assim. As multas serão apenas suspensas e, caso o agricultor corrija os erros cometidos, as multas se transformarão em serviços ambientais. O objetivo não é fazendário, o meio ambiente não é lugar de arrecadar dinheiro. Portanto, se o agricultor está corrigindo o erro, qual o sentido da multa. A permanência da multa seria um castigo, e nós, como país democrático que somos, não temos esse objetivo. Não é Receita Federal, não é Secretaria de Fazenda para arrecadar dinheiro pura e simplesmente.

O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do Código na Câmara, também disse acreditar que o projeto será aprovado no Senado até o fim deste ano.

- O prazo foi dado pela própria presidente Dilma ao assinar aquele decreto da anistia suspendendo as multas até dezembro. Se ela assinou até dezembro, é porque tem a expectativa de que até lá haja uma norma permanente e que não precise mais de um decreto.



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