De acordo com a denúncia, a professora trancou o banheiro
para evitar que alunos, a maioria negros, não utilizem o local. Fica cada vez
mais difícil dar as costas para o fato de sermos, sim, um país racista
Uma professora que ensina jovens e adultos durante a noite
numa sala nos fundos do Posto de Saúde da Coloninha está sendo acusada de
racismo por alunos e uma outra professora, que registrou um Boletim de
Ocorrência sobre o caso na 1ª DP de Araranguá.
Segundo a denúncia, a maioria dos alunos que frequenta o
curso de alfabetização noturno são de pele escura, e por isso, tem sido alvo
dos preconceitos da professora T., que todas as noites, chaveia as portas do
principal banheiro do local, justamente no horário em que os alunos estão nas
salas improvisadas. Questionada por dois alunos, a professora respondeu que
chaveava o banheiro porque “quem usava era uma negrada porca”, disseram os
alunos.
O assunto chegou aos ouvidos da outra professora, que
questionou T., que negou a versão de que tenha chamado os usuários do banheiro
de “negrada porca”. Mesmo assim, ela disse que continuaria chaveando o banheiro
principal, e que se os alunos quisessem utilizar algum banheiro “que usem
aquele chiqueiro”, se referindo ao banheiro dos fundos.
Sabendo que as palavras da professora são indícios de
racismo, os alunos e a outra professora procuraram a delegacia e registraram o
problema. A prática de racismo como crime é prevista na Constituição Federal do
Brasil de 1988, no art. 5º inciso XLII, que prevê: “a prática do racismo constitui
crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
lei”. A pena prevista pelo Código Penal
é de dois a cinco anos de reclusão.
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