A Paraíba registrou variação real positiva de 1,6% em seu
Produto Interno Bruto (PIB), de 2008 a2009. A informação foi divulgada na manhã
desta quarta-feira (23), pelo Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual
(Ideme), juntamente com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). O crescimento do PIB do Estado ficou acima da inflação registrada no
período. O índice paraibano, inclusive, foi o 12º melhor do País e o quinto do
Nordeste. Enquanto a Paraíba cresceu, o Brasil registrou uma pequena retração
de 0,3%.
Em termos nominais, a variação paraibana ficou em 11,8%,
passando de R$ 25,697 bilhões para R$ 28,179 bilhões, a preços de mercado
corrente, entre 2008 e 2009, respectivamente. No mesmo período, a participação
do Estado no PIB nacional subiu de 0,84% para 0,90%, ficando na 18ª posição
entre as unidades da federação – a mesma posição do ano anterior. Tomando por
base o valor do PIB total, o acréscimo no índice paraibano foi superior ao
apresentado por São Paulo (-0,8%), Minas Gerais (-4,0%) e Rio Grande do Sul
(-0,4%), que, em valores absolutos, estão entre os estados que possuem os mais
elevados números de PIB.
De acordo com o superintendente do Ideme, Mauro Nunes, 2009
foi um ano atípico para a economia brasileira, devido ao ápice da crise
internacional vivida no período analisado. "Isso fez com que os estados
mais industrializados e com economia direcionada para setor exportador fossem
os mais penalizados, enquanto os estados que atendem mais ao mercado interno
sofreram menor impacto. Foi por esse motivo que pequenas economias, como a da
Paraíba, cresceram mais do que as maiores”, explicou.
Segundo informações do Ideme, o crescimento do valor nominal
e da participação relativa do PIB estadual no nacional foram reflexos do
crescimento da produção estadual de bens e serviços e da comercialização dos
mesmos a preços médios mais elevados que os registrados em 2008. Do total de R$
28,179 bilhões de valores correntes do PIB paraibano, em 2009, R$ 25,926
bilhões são referentes ao Valor Adicionado pela economia propriamente dito,
sendo os R$ 2,792 bilhões restantes referentes aos Impostos Líquidos de Subsídios.
PIB per capita – A renda, ou PIB per capita estadual, que
representa o coeficiente entre o PIB total e a respectiva população, foi de R$
7.618 reais/habitante, em 2009, correspondendo a um acréscimo de 11%, em termos
nominais. Mesmo assim, o crescimento real da Renda por habitante foi de 0,9% em
relação a 2008 (R$ 6.866). Além disso, o valor verificado em 2009 correspondia
a 93% do valor do PIB per capita da Região Nordeste, que ficou em R$ 8.168
reais/habitante.
Setor Primário – Em 2009, o valor adicionado pelo Setor
Primário paraibano foi de R$ 1,475 bilhão, contra R$ 1,409 bilhão em 2008,
ocorrendo uma pequena variação em termos nominais de 4,7%. Segundo o Ideme, o
acréscimo ocorreu em função do aumento do preço médio de alguns produtos importantes,
como a cana-de-açúcar e o abacaxi, entre 2008 e 2009, e também pelo desempenho
positivo da pecuária, que cresceu 6,3%, sobretudo a criação de bovinos, com 6%
de variação, sendo responsável por 71% do Valor Adicionado na Pecuária, e ainda
a Pesca com crescimento real de 8%.
Contudo, em termos reais, o setor apresentou variação
negativa de 10,2%. Para o técnico do Ideme Geraldo Lopes, o decréscimo foi
motivado pela vulnerabilidade da agricultura paraibana aos efeitos da seca.
"O ano de 2009 não foi bom para agricultura do Estado nem para o restante
do Brasil. No nosso caso, diminuímos a quantidade produzida e houve queda de
preço. Tanto que a agricultura, especificamente, decresceu 17,6%, enquanto a
pecuária e a pesca registraram variação positiva de 6,3%”, explicou. Alguns dos
produtos constantes da agricultura paraibana que sofreram retração nos preços e
na quantidade produzida foram milho, feijão, arroz e mandioca.
Setor Secundário – Ainda em 2009, o Setor Secundário cresceu
8,5%, impulsionado pelo grupo Indústria de Transformação, que registrou o maior
crescimento real do Valor Adicionado (12,5%). "Houve um crescimento da
indústria a partir das políticas adotadas pelo próprio governo em relação à
atração de investimentos para o Estado. Minha expectativa é de que, com as
novas políticas que estão sendo adotadas, haja maior participação e crescimento
da indústria da Paraíba”, destacou Mauro Nunes. A Construção Civil também
registrou aumento, com a variação positiva de 5,7%, além dos Serviços Industriais
de Utilidade Pública (SIUP), que teve acréscimo de 4,9%.
Setor Serviços – Em 2009, o Setor de Serviços detinha a
maior participação na economia paraibana (72,2%), mas cresceu apenas 0,5%. Esse
pequeno desempenho está refletido nos resultados obtidos pelas principais
atividades componentes do Setor. Algumas delas tiveram crescimento em volume,
como os Serviços de Alojamento (16,1%), Serviços Financeiros (14,9%), Serviços
Prestados às Empresas (7,1%), Serviços Domésticos (13,1%) e Administração
Pública – APU (2,3%), sendo que esta última detém a maior participação dentre
todas as atividades econômicas do Estado, aproximadamente 31% do Valor
Adicionado total, em 2008 e 2009.
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