"Senti-me humilhada. Nunca imaginei que chegaria aos 58
anos de idade e passaria por isso", desabafou Sandra
Humilhação: Sandra foi vítima de injúria racial
Humilhação: Sandra foi vítima de injúria racial |
A aposentada Sandra Aparecida dos Santos, de 58 anos, alega
ter sido vítima de injúria racial, na tarde de segunda-feira, na Rua Presidente
Rodrigues Alves, no Centro de Mogi das Cruzes. De acordo com Boletim de
Ocorrência (B.O.) registrado no 1º Distrito Policial, a acusada de proferir as
ofensas contra a funcionária pública aposentada, que é negra, é a professora
Iracema Cristina Nakano, de 53 anos.
A discussão teria ocorrido nas imediações do Mercado
Municipal. De acordo com Sandra, Iracema teria alegado que o carro da
aposentada, um VW Fox prata, placas DKC-1142/Mogi, era seu e que havia sido
furtado há quatro meses. No entanto, mesmo com as negativas de Sandra, Iracema
teria insistido que o carro era dela e dito que "preto para ter um carro
assim, só se for roubado". Esta frase foi ouvida pelo marido de Sandra, o
policial Carlos Roberto Madeira Pereira, e a testemunha M.D.E..
"Senti-me humilhada. Nunca imaginei que chegaria aos 58
anos de idade e passaria por isso", desabafou Sandra, que trabalhou por 33
anos no Hospital Luzia de Pinho Melo. Ela contou que o ex-marido da professora
e a tia dela é que pediram desculpas pelo fato.
A aposentada ainda descreveu que a professora abriu seu
carro, olhou o interior do veículo e teria continuado a afirmar que o mesmo era
o dela, que havia sido furtado e está em nome da tia, Helena Cardoso Siqueira.
"Mesmo com todas as evidências contrárias, ela continuou insistindo em
algo que não tinha qualquer razão. Além disso, foi totalmente irresponsável com
os comentários racistas que fez. Ficamos surpresos de ela ter feito isso sendo
uma professora, que deve educar e ensinar as coisas certas", destacou
Pereira, que pretende processá-la por danos morais.
A ocorrência foi registrada pelo delegado Orli de Morais e
sua equipe formada pelos policiais Ivone, Laudemiro e Arlindo. Ele entendeu que
houve crime de injúria racial e determinou a prisão da professora, que pagou
fiança de R$ 545,00 e responderá em liberdade. A pena para o crime é de até 3
anos de prisão.
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