Ex-presidenciável tucano ligou para a loja da Livraria
Cultura para reservar e comprar todo o estoque; pedido foi negado e livros
foram vendidos
O ex-governador José Serra telefonou ontem à noite para a
loja da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, pedindo para
reservar todos os 50 exemplares do livro "Privataria Tucana", do
jornalista Amaury Ribeiro Júnior, que tinham acabado de chegar. O pedido foi
negado, segundo uma fonte da livraria que preferiu não se identificar. Mas os
livros sumiram das prateleiras da loja mesmo assim. Foram todos comprados ontem
mesmo. "O Serra ligou ontem à noite pedindo para reservar, porque ele iria
comprar todos", disse a fonte. "Foi ele mesmo quem ligou, mas nós não
pudemos reservar. A gente quer vender o livro e parece que ele quer vetar a
venda".
A funcionária assinalou que é esperada a chegada de mais
exemplares na segunda-feira, após as 14h, à loja da Avenida Paulista. Mas a
disponibilidade do polêmico livro não é garantida, mesmo para quem ligar
reservando, como muitos já estão fazendo, segundo ela. "Não é garantido
que receberemos mais lotes, porque se ele (Serra) pedir para a editora não vender,
também não receberemos mais."
Na tarde de sábado, ainda havia alguns exemplares em outras
lojas da rede, informou a vendedora. Mas eles não deveriam durar até o fim do
dia. "O estoque está muito dinâmico, hoje de manhã vi 50 em outra de
nossas lojas, e agora só restam 12", assinalou.
Lançado ontem pela Geração Editorial, do jornalista Luiz
Fernando Emediato, "Privataria Tucana" traz revelações importantes
sobre a era das privatizações, expõe o tráfico de influência comandado por
Serra e revela ainda como uma guerra interna no ninho tucano deu origem a toda
essa história.
Ex-repórter do Estado de Minas, que tentava emplacar Aécio
Neves como presidenciável, Amaury recebeu a encomenda de investigar a vida de
José Serra. O resultado está nas 343 páginas do livro.
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