terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Organizador das "marchas contra a corrupção" sofre pesadas denúncias de... corrupção!


Altamiro Borges, em seu blog

Por ocasião do linchamento midiático contra Orlando Silva, Ophir foi um dos mais afoitos no julgamento, atropelando os princípios básicos do direito. Agora, ele é o alvo


A vida é cruel! Ophir Cavalcante, presidente da Ordem dos Advogados  dos Brasil, ganhou os holofotes da mídia nos últimos meses por sua ativa militância em favor da “faxina” no governo Dilma. Ele chegou a convocar e participar das chamadas “marchas contra a corrupção”. Agora, porém, ele é alvo de pesadas denúncias no interior da própria OAB e pode até sofrer impeachment no cargo.

Segundo o sítio Brasil 247, “o pleno do Conselho Federal da OAB, com seus 81 representantes, está reunido hoje (12) em Brasília para discutir, entre outros assuntos, um tema delicado: o afastamento de Ophir Cavalcante da presidência da entidade.


Este é um pedido feito por advogados do Pará, cuja seccional da OAB está sob intervenção desde outubro”.

Prejuízos ao erário público


Os advogados paraenses Eduardo Imbiriba de Castro e João Batista Vieira dos Anjos acusam Ophir de usufruir ilegalmente, desde 2001, de licença não remunerada da Universidade Federal do Pará (UFPA), da qual é professor de Direito. Antes, ele já havia sido acusado por ter recebido, também nos últimos dez anos, R$ 1,5 milhão, irregularmente, como procurador licenciado do Estado.

Na representação ao Ministério Público Federal (MPF), os advogados alegam que o presidente da OAB causa prejuízo ao erário, já que a UFPA teve que pagar outro professor para dar aulas no lugar dele. “Imbiriba e Batista pedem que a Justiça Federal declare nulas todas as licenças, que Ophir seja condenado a ressarcir o erário, que volte imediatamente ao trabalho, que perca a função pública e que seus direitos políticos sejam suspensos por oito a dez anos”.

Engolindo o próprio veneno

Diante das pesadas acusações, o presidente da OAB afirmou que as licenças são legais e que ele tem o direito de se licenciar para representar o seu órgão de classe. Para ele, a representação no MPF não passa de denuncismo vazio. “É outro factóide criado para retaliação pela atitude do Conselho Federal da OAB de fazer uma intervenção na OAB Pará”, desabafou o emparedado.

Pode até ser! Mas, então, o senhor Ophir Cavalcante também deveria ser mais cauteloso em seus ataques, evitando os “factóides” e o denuncismo. Por ocasião do linchamento midiático contra o ministro Orlando Silva, dos Esportes, ele foi um dos mais afoitos no julgamento, atropelando os princípios básicos do direito, como a presunção de inocência e o direito de defesa dos acusados.

O “escudo do cargo”

Em entrevista à Folha (19/10), ele exigiu a exoneração de Orlando Silva. “O ministro está desfocado, neste momento já perdeu a credibilidade junto à sociedade e isto, certamente, vai afetar o próprio a governo Dilma”, atacou, com base nas acusações de um policial-bandido, João Dias, e dos ataques midiáticos. Ele afirmou, ainda, que o ministro usava “o escudo do cargo” para se defender.

E agora? Ophir Cavalcante vai se utilizar do “escudo do cargo” para se defender na OAB?

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