terça-feira, 13 de setembro de 2011

Senado promove debate com especialistas antes de votar reforma do Código Florestal


Governistas e opositores concordam em adiar votação do texto, que gera polêmica

Uma reunião entre juristas especializados em meio ambiente e ex-ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) encerrará nesta terça-feira (13), na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, a primeira etapa dos debates sobre a reforma do Código Florestal. O texto está em tramitação na Casa.

Como o tema é polêmico, tanto a oposição quanto a base aliada consideram prematuro colocá-lo em votação nesta quarta-feira (14). O raciocínio havia sido antecipado na semana passada pelo presidente da CCJ, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

O senador Jorge Viana (PT-AC), relator da proposta na Comissão de Meio Ambiente, ressaltou a importância do debate com especialistas para aprimorar a proposta.

- Com a vinda de juristas e ex-ministros do STF à comissão, vejo que encerramos a primeira etapa de debates, que é justamente a fase das audiências públicas.

Segundo ele, entre setembro e outubro, os senadores terão de se focar para solucionar problemas pontuais e objetivos nas propostas de alteração do código. O petista defende a busca de um acordo para votação da matéria na próxima semana na CCJ.

Para Jorge Viana, a “segunda etapa” das discussões tem duas vertentes: levar em consideração a realidade dos problemas enfrentados por quem vive nas diferentes localidades do país e submeter os pontos pendentes e dúvidas dos senadores a uma análise conjunta com a comunidade científica e juristas especializados em meio ambiente.

Um dos pontos pendentes, incluído pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC) em relatório apresentado na semana passada à CCJ, é a liberação da construção de estádios de futebol e obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 em Áreas de Proteção Permanente, as chamadas APPs. Eunício Oliveira disse que, se esse ponto permanecer no texto, votará contra.

O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), adiantou que, se este ponto for motivo de polêmica, ele poderá ser retirado do texto.

- Se o problema for a construção dos estádios de futebol em APPs, e se houver um consenso da maioria dos senadores, podemos retirar sem problemas isso do texto.

De acordo com o peemedebista, o assunto não foi discutido hoje na reunião de coordenação política, e a orientação da presidente Dilma Rousseff é que a matéria seja debatida “à exaustão” pelos senadores.

Para ele, não há problema em adiar para a próxima semana a votação do projeto na CCJ.

O líder do DEM na Casa, Demóstenes Torres (GO), ressaltou que cabe à CCJ debater questões de mérito, e não apenas a constitucionalidade e admissibilidade da matéria. Ele disse que será positivo reservar esta semana apenas para discutir o assunto.

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