terça-feira, 22 de novembro de 2011

PT propõe ministério em troca de apoio de Marta Suplicy a Haddad


NACIONAL

  O PT se prepara para propor uma troca à senadora Marta Suplicy (PT-SP): Ela se engaja na campanha de Fernando Haddad à prefeitura e, em troca, o partido fecha o apoio para fazer da senadora ministra da Educação, no lugar do candidato. Uma carta de apresentação de seu partido é a única forma de Marta assumir o ministério, depois das últimas declarações em que ela não escondeu a mágoa por não ser o nome de Lula para a disputa paulistana. O PT fez chegar à presidente Dilma Rousseff que o sucessor tem de ser do partido. Os petistas esperam que Haddad deixe o cargo na segunda quinzena de janeiro para se dedicar à campanha. Ele conversará com Dilma a respeito nas próximas semanas.


O ministro trabalha para fazer o sucessor. Uma das apostas é o secretário executivo, José Henrique Paim Fernandes. Mas o PT prefere um nome mais político. A ordem é deixar o emblema do PT mais visível nessa área, uma das mais importantes do governo. Por isso, o nome de Marta seria uma opção. A senadora insinuou a pessoas próximas que gostaria de ser ministra. Afinal, abriu mão de tentar a vaga para concorrer à prefeitura de São Paulo. O gesto dela permitiu que Haddad aparecesse hoje como o candidato único, sem a necessidade de disputar uma prévia no PT.

Há uma semana, ela jantou com Haddad e prometeu apoio. Mas, logo em seguida, concedeu entrevista em que expôs as mágoas e deu a entender que não andaria pela periferia da capital paulista ajudando a cabalar votos. O PT considera a participação da ex-prefeita crucial para consolidar Haddad nas áreas mais pobres de São Paulo. Portanto, se ela quiser ser ministra, terá que se mostrar engajada no projeto do partido.

Carro-chefe Haddad planeja passar o cargo ao sucessor após a realização do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), entre 9 e 15 de janeiro. O Sisu permite aos alunos escolherem um curso superior com base na nota que obtiveram no Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Ele pretende encerrar a gestão na pasta por cima, utilizando inclusive o sucesso do programa como bandeira de campanha. A aposta, no entanto, é arriscada. No ano passado, o Sisu apresentou falhas na inscrição dos alunos.

Entre alguns aliados do ministro, há quem ainda considere não ser janeiro o melhor momento para a saída, uma vez que o ministro ficaria sem vitrine política. Outro fator é a vedação, pela lei eleitoral de movimentos políticos até julho, sob o risco de impugnação das candidaturas. A decisão final caberá a Dilma Rousseff.

Presidente do diretório municipal do PT paulistano, Antonio Donato ressalta que o partidoprecisa de tempo para viabilizar a candidatura. “Haddad é paulistano, conhece São Paulo, mas temos uma cidade dinâmica e ele precisa aprofundar-se nos problemas”, completou.

Correio Braziliense

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