NACIONAL
O PT
se prepara para propor uma troca à senadora Marta Suplicy (PT-SP): Ela se
engaja na campanha de Fernando Haddad à prefeitura e, em troca, o partido fecha
o apoio para fazer da senadora ministra da Educação, no lugar do candidato. Uma
carta de apresentação de seu partido é a única forma de Marta assumir o
ministério, depois das últimas declarações em que ela não escondeu a mágoa por
não ser o nome de Lula para a disputa paulistana. O PT fez chegar à presidente
Dilma Rousseff que o sucessor tem de ser do partido. Os petistas esperam que
Haddad deixe o cargo na segunda quinzena de janeiro para se dedicar à campanha.
Ele conversará com Dilma a respeito nas próximas semanas.
O ministro trabalha para fazer o sucessor. Uma das apostas é
o secretário executivo, José Henrique Paim Fernandes. Mas o PT prefere um nome
mais político. A ordem é deixar o emblema do PT mais visível nessa área, uma
das mais importantes do governo. Por isso, o nome de Marta seria uma opção. A
senadora insinuou a pessoas próximas que gostaria de ser ministra. Afinal,
abriu mão de tentar a vaga para concorrer à prefeitura de São Paulo. O gesto
dela permitiu que Haddad aparecesse hoje como o candidato único, sem a
necessidade de disputar uma prévia no PT.
Há uma semana, ela jantou com Haddad e prometeu apoio. Mas,
logo em seguida, concedeu entrevista em que expôs as mágoas e deu a entender
que não andaria pela periferia da capital paulista ajudando a cabalar votos. O
PT considera a participação da ex-prefeita crucial para consolidar Haddad nas
áreas mais pobres de São Paulo. Portanto, se ela quiser ser ministra, terá que
se mostrar engajada no projeto do partido.
Carro-chefe Haddad planeja passar o cargo ao sucessor após a
realização do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), entre 9 e 15 de janeiro. O
Sisu permite aos alunos escolherem um curso superior com base na nota que
obtiveram no Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Ele pretende encerrar a
gestão na pasta por cima, utilizando inclusive o sucesso do programa como
bandeira de campanha. A aposta, no entanto, é arriscada. No ano passado, o Sisu
apresentou falhas na inscrição dos alunos.
Entre alguns aliados do ministro, há quem ainda considere
não ser janeiro o melhor momento para a saída, uma vez que o ministro ficaria
sem vitrine política. Outro fator é a vedação, pela lei eleitoral de movimentos
políticos até julho, sob o risco de impugnação das candidaturas. A decisão
final caberá a Dilma Rousseff.
Presidente do diretório municipal do PT paulistano, Antonio
Donato ressalta que o partidoprecisa de tempo para viabilizar a candidatura.
“Haddad é paulistano, conhece São Paulo, mas temos uma cidade dinâmica e ele
precisa aprofundar-se nos problemas”, completou.
Correio Braziliense
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