Para enfrentar a resistência de setores reacionários e que
sentem saudades da ditadura, um grupo de intelectuais encabeçado por Leonardo
Boff, Emir Sader, Marilena Chauí e Fernando Morais lança um manifesto em apoio
à criação da Comissão.
É hora de encarar de frente a história do Brasil |
A Câmara dos Deputados deve votar no dia 21 de setembro o
projeto que cria a Comissão da Verdade, encarregada de trazer à público as violações
de direitos humanos cometidas durante o período da ditadura militar. A criação
da Comissão enfrenta forte resistência de setores simpáticos e saudosistas da
ditadura. Para ajudar a contrapor essa resistência, um grupo de intelectuais
encabeçado por Leonardo Boff, Emir Sader, Marilena Chauí e Fernando Morais está
lançando um manifesto de artistas e intelectuais em apoio à Comissão da
Verdade.
O texto do manifesto afirma:
As oportunidades da vida nos levaram ao caminho da arte, da
música e do espetáculo e, ao seguirmos esses passos, nos transformamos não
apenas em artistas e intelectuais, mas em militantes da liberdade, já que temos
a possibilidade de expressar nossas ideias e nossos sonhos na linguagem da arte
e do conhecimento.
A democracia não nos foi dada, ela foi conquistada por uma
geração que não se calou diante da opressão. A experiência vivenciada naquele
período de repressão marcou vidas e foi capaz de mudar a história, mas ainda
não podemos celebrar a democracia se não tivermos pleno conhecimento das violações
cometidas nesse passado tão recente.
O que nos move nesse momento é a esperança de que os
parlamentares possibilitem a atual e as futuras gerações o conhecimento desses
fatos, para sabermos a verdadeira verdade. Como defensores da livre expressão do
pensamento e da democracia, manifestamos ao Congresso Nacional nosso desejo de
aprovação do Projeto de Lei 7.376/2010, que cria a Comissão Nacional da Verdade
para que essas violações sejam lembradas e conhecidas pelo povo brasileiro,
pois essa é a única forma de garantirmos que isso nunca mais aconteça.
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