A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quinta-feira (22)
durante a reunião de Alto Nível sobre Segurança Nuclear na Organização das
Nações Unidas, em Nova York, a eliminação completa do armamento nuclear
mundial, e reafirmou a necessidade de reforma do Conselho de Segurança da ONU
(Organização das Nações Unidas) que, segundo ela, dá legitimidade ao acúmulo de
material atômico pelas grandes potências.
- Temos, sim, de avançar na reforma do Conselho de Segurança
das Nações Unidas. Ele tem sido baluarte da lógica do privilégio nuclear por
mais de 65 anos, e legitima o acúmulo de material físsil nas potências
nuclearmente armadas.
De acordo com a presidente, a posse dos arsenais por apenas
algumas nações cria direitos exclusivos.
- A posse desses arsenais por apenas algumas nações cria
para elas direitos exclusivos. É resquício de concepção assimétrica do mundo,
formada no pós-guerra, que já deveríamos ter relegado ao passado.
A presidente defendeu ainda ser "imperativo ter no
horizonte previsível a eliminação completa e irreversível das armas
nucleares". Segundo ela, a ONU deve preocupar-se com isso.
- O desarmamento nuclear é fundamental para a segurança.
Dilma ressaltou ainda a condição "irreversível" do
Brasil no uso pacífico da tecnologia nuclear, como para a geração de energia. O
país, cuja matriz energética baseia-se majoritariamente no uso de
hidrelétricas, possui duas usinas nucleares. Uma terceira está em construção.
Dilma defendeu ainda maior atenção em relação à segurança
das usinas, especialmente após o acidente nuclear nas plantas de Fukushima, no
Japão, causada por um forte terremoto seguido de tsunami, em março. O fato deu
início a um amplo debate no país asiático e em outras nações sobre o futuro da
geração de eletricidade por métodos nucleares.
Ela destacou ainda a deterioração no armazenamento e
manuseio do acervo nuclear pelos países detentores dessa tecnologia, causada
por cortes orçamentários decorrentes das crises financeiras dos últimos anos.
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