O partido mais beneficiado com a liberação de dinheiro foi o
PMDB, que obteve R$ 9,8 milhões este mês. Foi mais que o triplo dos recursos
liberados para o partido em agosto - R$ 3,1 milhões. Em apenas dois dias os
peemedebistas conseguiram receber R$ 5,2 milhões de emendas de restos a pagar
do ano passado. Resultado: o deputado Átila Lins (AM), candidato do PMDB à vaga
de ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), conseguiu pouco mais da
metade dos votos da sigla.
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN),
tentou afastar qualquer relação entre a votação do TCU e do projeto que
regulamenta recursos para a saúde.
- São restos a pagar que são devidos e estavam represados.
Devia estar havendo dificuldades com documentação. A votação do Átila Lins
ficou dentro do esperado e nós estamos contra o governo na votação da
regulamentação da Emenda 29 porque não queremos imposto novo para financiar a
saúde.
Depois do PMDB, o PSB foi um dos partidos mais privilegiados
com verbas orçamentárias de 2010. Segundo levantamento feito pelo DEM no Siafi
(sistema de acompanhamento das despesas do governo), este mês, o parlamentares
do partido tiveram R$ 3,5 milhões em recursos, dos quais R$ 1,5 milhão nos dois
primeiros dias desta semana. Em agosto, o PSB recebeu 2,3 milhões.
Já o PC do B, que teve como candidato ao tribunal o deputado
Aldo Rebelo (SP), não teve um níquel liberado nos dias 19 e 20 de setembro. O
Planalto liberou R$ 945,4 mil em agosto para os comunistas e R$ 1,1 milhão, nos
16 primeiros dias deste mês.
Praticamente o mesmo valor obtido pelo PR em apenas dois
dias: os parlamentares do partido conseguiram liberar R$ 900 mil de restos a
pagar de 2010, no início desta semana.
PT prejudicado
A liberação de restos a pagar de 2010 para parlamentares do
PT caiu R$ 7,4 milhões, em agosto, para R$ 5,6 milhões, nos primeiros 20 dias
deste mês.
Desde o dia 1.º de setembro até terça-feira (20), o Planalto
liberou R$ 360,4 milhões de restos a pagar de 2010. A sangria nos cofres
públicos ocorreu com mais força no início desta semana. Na última segunda e
terça-feira, foi liberado o equivalente a 24,1% do total de recursos pagos a
emendas de deputados e senadores. Ou seja, R$ 87,1 milhões.
Desse total, a maioria dos recursos foi para as emendas
genéricas, também conhecidas como coletivas. Emendas coletivas são aquelas em
que não é possível identificar o parlamentar ou o partido mais beneficiado.
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