É vergonhoso mas pode acreditar, o Brasil tem mais
faculdades de Direito do que todos os países no mundo juntos. São 1.240 cursos
superiores para a formação de advogados no Brasil, contra 1.100 no restante do
mundo
Um dos conselheiros do CNJ, Jefferson Kravchychyn, informou
um dado que seria ridículo, caso não fosse uma tragédia anunciada para nosso
país: o Brasil já tem mais faculdades de direito do que o resto do mundo
somado.
Isto mesmo que você está lendo: não importa os 1,5 bilhão de
chineses, muito menos os 1,0 bilhão de indianos, nem os americanos, japoneses,
africanos, etc.. Não tem para ninguém, o Brasilzão tem 1240 cursos de direito e
o resto do mundo somado tem 1100.
Estima-se que hoje sejam 4 milhões de formados em Direito,
dos quais 800 mil conseguiram passar no Exame e estão regularizados na OAB.
Mais ou menos 2% da população brasileira se formou em Direito.
Não é preciso ser um gênio para perceber que está tudo
errado.
Para começar, este desequilíbrio foi causado em parte pelo
setor público, que passou a impressão que a melhor coisa da vida é passar em um
concurso da área jurídica. Na verdade até é uma das melhores coisas da vida,
porque a relação matemática entre salário/quanitidade de trabalho beira o
infinito, mas a falácia está em achar que tem espaço para todo mundo nessa
boquinha.
O segundo fato a destacar é a facilidade de ganhar dinheiro
em cima da insegurança jurídica do país. Isso resulta em enorme perda de
produtividade em todos os setores. É uma tragédia econômica e social em um país
onde só pobre vai preso, e disputas jurídicas se arrastam por decadas.
Para finalizar, é uma meia verdade que a culpa é das
faculdades de direito. Essa é a ideia que o MEC tenta passar, mas existem
muitas faculdades boas, porém que não são milagreiras. É impossível formar um
bom advogado quando o aluno deveria estar no MOBRAL. Essa é uma verdade que
poucos gostam de falar. As faculdades privadas são incentivadas pelo mercado e
pelo Governo a abrirem novos cursos, e nada parece mudar isso.
E nesta pisadinha, será preciso criar um serviço jurídico de
telemarketing e de motoadvogado para empregar os 4 milhões de advogados (ou
bacharéis).
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