Pragmatismo Político
Pode parecer a coisa mais estranha do mundo para quem
acreditou haver uma revolução inspirada de baixo para cima pelo povo Líbio,
indignado e insatisfeito. Desculpem, vocês foram enganados
Muammar Kadafi: assassinado por mercenários
contratados pela OTAN
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Com a morte de Kadafi, muitas informações veiculadas nos
meios de comunicação alternativos, sérios e que se comprometeram em encarar a
invasão Líbia a partir de suas verdadeiras inspirações, foram finalmente
confirmadas. São fatos notadamente desprezados pela mídia hegemônica
corporativa, como o que agora é apresentado.
A expressão 'rebeldes líbios' virou sinônimo de heroísmo no
noticiário tradicional, sem que buscassem compreender quem realmente estava por
trás daquelas armas, daquelas máscaras e quais eram as suas motivações. Um
jornalismo de superfície (no Brasil, bem padrão globo), preocupado em defender
o lado que lhe cabe, ao invés de encontrar respostas.
Mas, felizmente, com o advento da internet não sentimo-nos
tão presos como gostariam os manipuladores da opinião e da informação. Enquanto
a Líbia era bombardeada pelos aviões da OTAN, a identidade dos 'heróis
rebeldes' foi, aos poucos, sendo desnudada. E, enfim, não ficou difícil
identificá-los como, em sua maioria, mercenários.
Em verdade, os tais rebeldes nunca chegaram a 1000 membros.
Ao perceber a fragilidade dos insurgentes, e que daquela faísca não sairia
fogo, a própria OTAN decidiu criar um exército mercenário, com a formação mais
assustadora imaginável.
Tunisianos desempregados; tribos abertamente inimigas de
Kadafi; gangue da Fraternidade Muçulmana, da Arábia Saudita; grupos do Qatar;
grupos mercenários alugados pela CIA e membros do esquadrão da morte
colombiano.
Tudo isso pôde ser confirmado agora graças à divulgação dos
vídeos que montam o roteiro do assassinato de Kadafi, como o que você pode
assistir abaixo. Nele, os assassinos de Kadafi falam espanhol, num evidente
indicativo de serem os supracitados colombianos, ou até mesmo membros
hispano-americanos do exército estadunidense. Nada de 'rebeldes Líbios',
amigos. Pode parecer a coisa mais estranha do mundo para quem acreditou que
havia uma revolução inspirada de baixo para cima pelo povo Líbio indignado e
insatisfeito. Desculpem, vocês foram enganados:
Com a ajuda do Publico.es, transcrevo os dizeres em
castelhano:
Entre os segundos 33-34, dizem "já estamos no
carro"
Entre os segundos 45-47, dizem "deixem que o fuzilem,
que o fuzilem"
Entre os minutos 1:02 - 1:03, dizem "deixem que o
fuzilem, vamos, que o fuzilem"
Nenhuma novidade para os que souberam diferenciar 'rebeldes'
de 'mercenários'. Aliás, completando o topo da parafernalha criada para
derrubar Kadafi haviam ex-integrantes do seu próprio governo e também o filho
do último rei da Líbia, rei Idris, que Kadafi derrubara há 42 anos.
Me respondam como podemos chamar os ex-ministros do governo
Kadafi, como Mustafa Abdel-Jalil (ex-ministro da Justiça, de 2007 a 2011) que
abandonaram os seus cargos e pularam para o lado do CNT (Conselho Nacional de
Transição)? De rebeldes, de mercenários ou as duas coisas? Os mesmos
integrantes da mais alta confiança do governo Kadafi, homens que comandaram –
de acordo com a imprensa – o sistema repressivo e considerados pela mídia tão
tiranos quanto o seu superior, como que de um movimento mágico foram
purificados, absolvidos de seus pecados por essa mesma mídia ao trocarem de
lado.
Por fim, para esta nova Líbia, agora 'liberta' das
crueldades do ditador, como demagogicamente bradam os líderes ocidentais, fica
clara a impossibilidade de vislumbrar um cenário positivo. Enquanto as tribos
se digladiam por migalhas, já avançam os preparativos para a extração do óleo
denso e escuro que vem do subterrâneo.
De todo o caldeirão de falsidade e ganância ninguém abrirá
os olhos para quem mais precisa. Os esquecidos, portanto, foram e continuarão
sendo os mais atingidos: os civis líbios.
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