Cristina Fogaça e sua filha Carolina Fogaça |
Fiquei para recuperação em Ciências, na escola (ensino
fundamental) ao discordar de um certo conteúdo do livro, a respeito dos
animais. Segundo o livro, o ser humano é o único animal racional, como também,
o único que tem sentimentos.
Desde criança, fui criada na companhia de animais domésticos,
principalmente cachorros. E nunca, jamais entraria na minha cabeça, que apenas
o ser humano tem sentimentos. Nunca acreditei, nem nunca vou acreditar que o
“melhor amigo do homem”, por exemplo, não tem sentimentos. Supor que aquela
festa às vezes exagerada, de tanta alegria ao ver seu o dono chegar em casa, é
simplesmente porque quando estiver com fome, o mesmo vai lhe dar comida.
E por que tantos animais são monogâmicos (vivem com um único
parceiro)? Tão fiéis ao seu parceiro, que geralmente, quando este morre, não
procura um outro parceiro.
Você já viu uma abelha indo para escola de abelhas? Já viu
formiga carregando sua mochila com livros sobre como viver em um formigueiro?
Acha que tanta organização é puro instinto?
Se você está achando um absurdo, ou minha opinião ridícula... Que tal falarmos
do ser humano? É! Aquele ser superior, o único animal racional, possuidor de
inteligência e sentimentos. Capaz de pensar, criar, inventar, descobrir,
inovar,..
Vamos ao início, pulando a parte em que milhões de
espermatozoides são produzidos (e desperdiçados), onde é necessário apenas um
para gerar outro ser. Esquecer esse detalhe sem importância, e não fazer
nenhuma comparação a inúmeras outras espécies capazes de mudar de sexo para se
reproduzirem.
Esse animal não apenas mais inteligente, mas o único
racional; em sua maioria ao nascer, precisa apanhar nas nádegas para aprender a
respirar. Precisa de ajuda para aprender a falar e a andar. Precisa ir à escola
para aprender a ler e escrever. Ou seja, esse ser tão inteligente, necessita de
escola para aprender o básico!
Agora pergunto: qual o ser que mais destrói o meio ambiente
em que vive? Qual o único animal que mata por dinheiro, comércio, diversão,
prazer, esporte ou motivo fútil? Qual o animal que precisa de Constituição para
manter a ordem, ou pelo menos tentar?
Enquanto continuarem afirmando nos livros e ensinando nas
escolas que o ser humano é o único animal racional e o que tem sentimentos;
esse animal, quase desprovido de inteligência, vai continuar se achando o
melhor, o mais importante, o superior. E vai continuar desrespeitando,
discriminando, destruindo, maltratando, aniquilando os outros seres
“inferiores” ou a si próprios e o meio ambiente em que vivem.
Cristina Fogaça
Escritora e poetisa (Colaboradora do Blog Hermano Queiroz)
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